Trabalhar domingo... meu! De verdade.... do fundo do meu coração, tô começando a ficar preocupado, parece que tudo que eu não queria na vida aconteceu comigo no último ano.... DEUSULIVRE!
Desde a adolescência eu decidi que seria artista, ou melhor, músico e, embora não tenha sido nada fácil no início, eu fui atrás do meu sonho e assim eu vivi por 11 anos. Interessante porque meu pais não me proibiram, mas também não sabiam dizer como fazer, não havia histórico de músicos profissionais na família, logo fui obrigado a percorrer minha própria odisseia homérica e nesse percurso tive altos e baixos, mas sempre fazendo o que gostava.
Meu pai sempre foi funcionário público e, portanto, para minha família estabilidade empregatícia sempre foi uma premissa, então passei a adolescência e início de vida adulta ouvindo o seguinte discurso enfático: - Primeiro você se torna funcionário público, depois você toca o que quiser e com quem quiser. Claro que sempre repudiei tal assertiva, pois eu era artista, precisava de liberdade para criar, flexibilidade, viver da minha arte, queria viver na estrada e quiçá até tocar para algum cantor de renome nacional.
Bem nesse época surgiu o sertanejo universitário e eu tinha certeza de que seria o baterista de nomes como Fernando e Sorocaba ou Jorge e Matheus que estavam bem no começo. Óbvio que não deu certo, embora tenha acompanhado duplas bem promissoras da região de Jundiaí, mas que não despontaram no cenário sertanejo. Então me vi tocando com duplas menores e complementando o orçamento com aulas de bateria em escolas de música da região, o que me rendeu um currículo bem interessante e que foi muito útil no futuro, mas a questão é que eu não vivia tocando como queria.
Aí no auge dos meus 23 anos eu resolvi que precisava ter uma profissão para ser apresentado como um partido no mínimo medíocre para futuros sogros, né? Então prestei concurso para a Guarda Municipal de Santana de Parnaíba - detalhe, meu pai era Policial Militar, logo as forças nunca me atraíram enquanto músico...kkk - e quando tive a graça de passar no processo seletivo de 7 fases fui designado para a banda.
Imagina a minha surpresa, pois quando eu desisti da música e resolvi ter estabilidade num emprego comum a música me escolheu de novo e assim eu vivi durante mais 6 anos e meio sendo um músico concursado (o que nem sabia que existia) e minhas atribuições eram estudar música e tocar.... como assim? Isso eram coisas que eu fazia muitas vezes até de graça em função do prazer que eu sentia realizando meu sonho de viver da música. No decorrer desses anos outros projetos paralelos surgiram , dentre eles: dar aula de violino e bateria (o que eu era capacitado e com experiência em função das aulas na adolescência), logo após surgiu um projeto de banda com vocalista em que eu fiquei responsável por ter tocado na noite e por fim sobrou até o vocal da banda pra eu tocar o que bem entendi e isso foi muito astral, quebrei todos os paradigmas do uniforme cantando de: Te levar (CBJr) até Lepo Lepo (sei lá quem canta isso.....kkk) uma fase bem divertida e estava tudo rolando bem até uma tragédia e a extinção do setor.
Pois bem agora eu retomo o gancho do início de que eu tô ficando preocupado com meus medos da vida, pois pasme, hoje eu trabalho no operacional da guarda (1), ou seja, viatura rondando as ruas - como meu pai fazia na polícia quando eu sonhava em ser músico, que ironia (kkkk) - acabei me tornando o que ele queria que eu fosse; outro ponto era a casa, eu... desde criança sempre vivi em obras (dos meus pais), então queria comprar uma casa pronta, mas pra quem é funcionário público e não possui fundo de garantia essa é uma questão bem complexa (se você é, sabe do que eu estou falando...kkk); Resumidamente, acabei construindo (2) minha casa com meu pai; Outrossim: sempre gostei de metrópole e ... fui morar numa zona rural (3) praticamente (kkk); Nunca gostei de mato no quintal e tenho praticamente mais um terreno só de mato crescendo (4) na parte de trás da minha casa (kkk); Vi um caso de um tio meu na minha adolescência sobre perder a mulher ideal pra ele e quando chegou na minha vez, adivinhaaaaaa???? Perdi também (5).
Enfim, tirando esse medo que citei num tom de ironia, nem tudo está acabado. Posso até dizer que no fim das contas mesmo tudo tendo saído diferente do que eu imaginava ou queria a vida tá boa, sabe? Tô feliz com minhas conquistas e descobri que sou bom em coisas que eu fugi durante toda minha trajetória e embora não ganhe pra estudar música ainda tenho os amigos que fiz enquanto músico e os projetos que sempre rolam e os casamentos pra tocar, sem contar que nunca deixarei de ser músico, pois é parte de mim e formou quem eu sou, portanto, mesmo que as coisas não aconteçam como você queria continue acreditando, pois no final A VIDA É ESSA COISA BONITA QUE VOCÊ TÁ VENDO.
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